Censo revelou que existem 400 gorilas-das-montanhas – Foto: ThinkStock
A população mundial de gorilas-das-montanhas cresceu e atingiu a marca de 880, um aumento de pelo menos cem indivíduos desde 2006, de acordo com a Wildlife Conservation Society (WCS)
É evidente que esses grandes primatas ainda estão em risco, mas o aumento de sua população é motivo de comemoração. Em uma nota à imprensa, Liz Macfie, coordenadora da WCS, afirma que “o último censo de gorilas-das-montanhas realizado em Bwindi, em Uganda, é uma boa notícia muito esperada pela comunidade conservacionista”. Os resultados também mostraram que os esforços de fiscalização da Autoridade de Vida Selvagem de Uganda estão dando resultado.
James Deutsch, diretor executivo de Programas da África da WCS, parabenizou os organizadores do censo pelo bem organizada operação de campo e acrescentou que “a WCS está orgulhosa de fazer parte de um trabalho de equipe que se tornou um ‘padrão ouro’ de eficiência no esforço para salvar nosso parente mais próximo”.
“Bwindi” refere-se ao Bwindi Impenetrable National Park (Parque Nacional Impenetrável de Bwindi).
O novo censo revelou que existem pelo menos 400 gorilas-das-montanhas. Em 2006, apenas 302 indivíduos foram identificados. O total de 880 resulta do acréscimo dos gorilas de Bwindi aos 480 gorilas que vivem nas matas próximas aos vulcões de Virunga, ao sul – o único outro local onde esta espécie ocorre.
Apesar de parte do aumento da população se dever à melhoria na metodologia do censo, também é reflexo da contínua colaboração entre a Autoridade de Vida Selvagem de Uganda com o Instituto Congolês para a Conservação da Natureza na República Democrática do Congo, e do Conselho de Desenvolvimento de Ruanda.
As Montanhas Virunga situam-se na fronteira de três países, exigindo a participação de agências governamentais de Uganda, República Democrática do Congo e Ruanda para o monitoramento e aplicação efetiva das leis.
A má notícia é que os gorilas de Bwindi e Virunga são as únicas populações conhecidas que estão crescendo. As populações restantes parecem estar em declínio devido à caça e à perda de habitat.
Mamíferos de grande porte, como os gorilas, são predadores-chave, e podem servir de termômetro para o restante do ecossistema. Se sua quantidade diminui, o efeito desse declínio pode prosseguir indefinidamente, gerando múltiplos problemas que afetam inúmeras outras espécies.
Por esse motivo e pelo fato de os seres humanos também serem grandes primatas, sempre prestamos atenção especial aos gorilas. No início do século 20, por exemplo, a preocupação sobre o destino dos gorilas inspirou a criação do primeiro parque nacional da África – o Parque Nacional Virunga, em 1925.
Os gorilas do vulcão Virunga tornaram-se famosos devido ao longo estudo conduzido pela já falecida Dian Fossey, entre os anos 1970 e 1980, período em que a população de gorilas diminuiu drasticamente em virtude da caça ilegal e da perda de habitat. Felizmente, as notícias são melhores desta vez.